A viagem do
Poeta
Estava eu
perdido nos versos da minha vida, tentando rimar e conectar as questões as
respostas, perambulava pela sala feito um mendigo, olhava as paredes que não
impediam meus pensamentos de voar, via o teto que impedia a chuva de me molhar,
via o chão, me via no chão, eu estava lá.
No meio
desta loucura de ser, perdi o equilíbrio tropecei e cai em um mundo, mundo que
não compreendia, mas que amei, lá não existia humanos, só eu, eu e pássaros, eu
e a liberdade, eu e minha rede de deitar.
Lá todos
eram livres, não existiam humanos, só que o equilíbrio e a tranqüilidade
daquele belo lugar desequilibraram-me, minha cabeça se amarrou fortemente nos
nós do meu coração, que me mandava voltar, mas me fechei com o fechar dos meus
olhos, de lá não sai, na hora de abri-los pensei tudo ser ilusão, mas eu via,
sentia, ouvia, tudo aquilo era lindo, perfeito, perfeito a ponto de me
enlouquecer.
No abrir dos
olhos vi uma formiga, ela voava, e me falou:
-Por que
deste medo? Voe também!
Nesta hora
vi que tinha asas, voei, mais alto que Ícaro, mais alto que as nuvens, mais
alto que tudo, voei por galáxias, planetas e outros universos.
Voei e
pousei numa linda flor, seu nome? Poderia revelar, mas ela é tímida quer sigilo
e não quer revelar nosso amor, se abraçamos, beijamo-nos, falamos. Sobre o que
conversamos? Sobre tudo futebol, folclore, perguntas, respostas, tese,
antíteses, sínteses, e tudo mais, belas conversas tivemos.
Mas agora
devia partir, estava na hora de ir pra escola, minha mãe berrava palavrões e
xingamentos baixos, o transporte estava na porta de casa, berrava como acabou
de berrar para eu ir dormir, mães... Mas prosseguindo, voltei a si, com o
caderno na mão, e muitas lembranças, da longa viagem que fiz pelas linhas dos
meus versos.
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