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sexta-feira, 7 de setembro de 2012




                                            A viagem do Poeta

Estava eu perdido nos versos da minha vida, tentando rimar e conectar as questões as respostas, perambulava pela sala feito um mendigo, olhava as paredes que não impediam meus pensamentos de voar, via o teto que impedia a chuva de me molhar, via o chão, me via no chão, eu estava lá.
No meio desta loucura de ser, perdi o equilíbrio tropecei e cai em um mundo, mundo que não compreendia, mas que amei, lá não existia humanos, só eu, eu e pássaros, eu e a liberdade, eu e minha rede de deitar.
Lá todos eram livres, não existiam humanos, só que o equilíbrio e a tranqüilidade daquele belo lugar desequilibraram-me, minha cabeça se amarrou fortemente nos nós do meu coração, que me mandava voltar, mas me fechei com o fechar dos meus olhos, de lá não sai, na hora de abri-los pensei tudo ser ilusão, mas eu via, sentia, ouvia, tudo aquilo era lindo, perfeito, perfeito a ponto de me enlouquecer.
No abrir dos olhos vi uma formiga, ela voava, e me falou:
-Por que deste medo? Voe também!
Nesta hora vi que tinha asas, voei, mais alto que Ícaro, mais alto que as nuvens, mais alto que tudo, voei por galáxias, planetas e outros universos.
Voei e pousei numa linda flor, seu nome? Poderia revelar, mas ela é tímida quer sigilo e não quer revelar nosso amor, se abraçamos, beijamo-nos, falamos. Sobre o que conversamos? Sobre tudo futebol, folclore, perguntas, respostas, tese, antíteses, sínteses, e tudo mais, belas conversas tivemos.
Mas agora devia partir, estava na hora de ir pra escola, minha mãe berrava palavrões e xingamentos baixos, o transporte estava na porta de casa, berrava como acabou de berrar para eu ir dormir, mães... Mas prosseguindo, voltei a si, com o caderno na mão, e muitas lembranças, da longa viagem que fiz pelas linhas dos meus versos. 

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